ATA DA REUNIÃO
DO INSTITUTO HISTÓTICO E GEOGRÁFICO
DE CAMPOS DOS GOYTACAZES – Gestão 2018/2020
Aos trinta e um dias do mês de maio
do ano de dois mil e dezenove, às dezenove horas, teve início a reunião do
IHGCG no MHCG com a presença de convidados e os seguintes sócios: Genilson,
Carlos Ornellas, Sylvia, Pimentel, Herbson, Mario Filho, Wellinton Rangel,
Wellington Paes, Rogério Rangel, Vilmar, Adelfran, Nylson, Chico de Aguiar, Wellington
Cordeiro, Cléa Leopoldina, Graziela, Humberto e Renato Siqueira. A primeira
parte do encontro foi a diplomação dos seguintes sócios que também receberam
das mãos do presidente as carteirinhas: Cléa Leopodina Almeida, Graziela
Escocard e Renato Siqueira. A segunda parte foi reservada para a convidada a
Professora Edinalda Maria Almeida da Silva, mestre em Comunicação e Cultura
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professora do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), campus Centro e
coordenadora da pós-graduação em Literatura, Memória Cultural e Sociedade da
mesma Instituição, onde, também, é revisora da ‘Revista Vértices’. Também é coordenadora
a distância do Curso Técnico Integrado em Pesca e Aquicultura do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), professora de Latim
e Membro da Academia Campista de Letras. A ilustre professora nos falou sobre
“O dia em que o rotacismo pedalou na ‘bicicreta’ de ‘Frávio’ e deu tchau para a
discriminação”. Esse encontro foi um dos mais prestigiada do IHGCG, com mais de
noventa assinantes. Não poderia ser diferente tanto pelo prestígio da
Professora Edinalda quanto pelo valor da sua palestra sobre um dos mais
interessantes fenômenos da nossa linguagem local, o rotacismo, que é a mudança
fonética que consiste na substituição de um som, esp. o [l] ou uma sibilante
sonora, pelo [r] alveolar. Como já dizia Camões “Nossa pátria é a nossa língua”
e Edinalda nos trouxe mais um interessante dado que foi o do próprio Camões,
mestre da língua portuguesa, que também cometia rotacismo em suas escritas. A
professora trouxe outro elemento, o social, que trata o rotacismo como erro e,
portanto, discrimina pessoas como se as classe sociais menos favorecidas é que
estão fadadas a falar desse jeito e não um processo cultural local. Na verdade
o rotacismo é uma marca cultural do nosso território, mas que, contudo, não
acontece apenas aqui, ele é um fenômeno que não tem idade e nem lugar
determinado segundo nos mostrou Edinalda a partir de suas pesquisas, a
princípio elabora para o seu mestrado e aprofundadas mais tarde. Ao final da
sua empolgante palestra, foi aberta para perguntas e do público vieram
primeiramente elogios ao tema escolhido e a abordagem no tratamento do
fenômeno. Mas também outros foram levantados como a “internetês” e ao
“estrangeirismo”. O primeiro trata da língua usada, principalmente por jovens,
nas redes sociais e o segundo, também de uso majoritário de jovens de palavras
estrangeiras não só nas redes sociais. Para ambas as provocações a professora
foi além de mestra da nossa língua e linguagem, elegante, diplomática e
afetiva, quando expõe que na sua experiência como professora sabe que os jovens
o uso da “internetes” não afeta a fala nem tão pouco a escrita clássica, e que
nossa língua, o português, é tão viva e forte que comporta acolher esses usos,
assim como acolheu muitas palavras estrangeiras (indígenas, africanas e
europeias) que hoje estão incorporadas ao nosso dicionário. Outra questão
levantada foi o uso do X no final das palavras de designação de sexo (meninx)
ao que ela pensa ser ainda um modismo o e que só o tempo dirá se isso será ou
não incorporada à língua. A presente reunião foi encerrada com muitas
celebrações de carinho e sem mais a tratar, encerro a presente ata que vai
assinada por mim e por quem de direito.
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