ATA DA OITAVA REUNIÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO E
GEOGRÁFICO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES – Gestão 2016/2018
Aos trinta e um dias
do mês de outubro do Ano do Sesquicentenário de Nilo Peçanha, de dois mil e
dezessete, no Museu Histórico de Campos dos Goytacazes, às dezenove horas e quinze
minutos foi iniciada a programação do IHGCG em parceria com o MHCG e a FCJOL
dos festejos do sesquicentenário, tendo estado presentes os seguintes sócios: Sylvia
Paes, Carmen Eugênia S. Gomes, Larissa Manhães, Cléa Almeida, Genilson Paes
Soares, Wellington Cordeiro, Welligton Paes, João Pimentel, Mário Filho, Nilson
Macedo, Antônio Carlos Berriel e Carlos Augusto Souto. A presente reunião
contou com a seguinte programação: às dezenove horas foi aberta a Exposição Iconográfica
sobre a vida de Nilo; às dezenove horas e trinta minutos a Lyra de Apollo se
apresentou e às vinte horas e quinze minutos foi instalada a Mesa de Debates Negro Nilo?. As atividades do dia foram
encerradas com o lançamento do livro “Mulheres, negras e professoras: suas
histórias de vida” da professora e doutora Clareth Reis. Antes de iniciar as apresentações da mesa o mestre
de cerimônias convidou os presentes para nossa próxima reunião a ser realizada
em vinte e oito de novembro, às dezoito horas, no MHCG cujo tema será: “Celebrando memoráveis: Jorge da Paz Almeida, Alberto Frederico de
Moraes Lamego, Horácio de Souza entre outros”, cuja Mesa
de Debates contará com
professora e mestre Cléa da Paz Almeida, professor Rafael Barros e o professor Carlos
Freitas, com mediação de Vilmar Rangel. Nilo
Procópio Peçanha nasceu em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, em
2 de outubro de 1867, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 31 de março de
1924. De família humilde, cresceu na freguesia de Nossa Senhora da Penha do
Morro do Coco, 12º. Distrito do município de Campos dos Goytacazes. Fez os seus
estudos primários em colégio público e ajudava o pai na padaria da família.
Formado em Direito pela Faculdade do Recife, retornou à cidade natal e lá
começou a exercer a advocacia e o jornalismo. Convivendo com as questões
sociais do final do Império (e que perseveram em nossos dias), Nilo sofreu
preconceito por ser mestiço (“o mestiço do Morro do Coco”, como ficou conhecido
entre seus detratores). Ainda em Campos, defendeu o abolicionismo e a
instauração do republicanismo. Com apenas 23 anos, ele já empolgava multidões
com seus discursos republicanos. A vida política de Nilo começa em 1890, quando
foi eleito deputado da Assembleia Nacional Constituinte pelo Partido
Republicano. Exerceu legislaturas ordinárias (deputado estadual) posteriores,
até 1903, ano em que foi presidente do Estado do Rio de Janeiro. Nilo foi
Vice-Presidente da República, entre 1906 e 1909. Com a morte de Afonso Pena,
assume como Presidente entre 1909 e 1910. Foi senador pelo Estado do Rio de
Janeiro (1912-1914); chefe do executivo do Estado do Rio de Janeiro novamente
(1914-1917), e Ministro das Relações Exteriores do Brasil (1917-1918). Nilo
demonstrou domínio na arte da política. Era um exímio negociador e usava seu
poder de persuasão com maestria. Nilo foi um dos primeiros a empregar a
propaganda eleitoral para mobilizar a opinião pública, lançando mão dos
recursos midiáticos disponíveis à época. Isto pôde ser constatado em sua
campanha presidencial “Reação Republicana” (1922), a qual não lhe rendeu o
cargo, a despeito de seus esforços. Progressista e positivista aguerrido, lutou
pela revitalização econômica fluminense e sempre viu na educação a melhor forma
de transformação para uma sociedade livre e próspera. Para ele, o Brasil do
passado fora formado nas academias, mas o país do futuro sairia das oficinas,
de modo que lutou pelo fim do analfabetismo, pela educação profissionalizante e
a industrialização, sem perder de vista a defesa da diversificação da
agricultura nacional. Considerado o maior estadista fluminense, Nilo Peçanha
tem em sua história de vida várias vertentes que o colocam na vanguarda
político-administrativa da sua época. Da Mesa de Debates fizeram parte Genilson Paes Soares, Prof.ª
Clareth Reis, Prof.ª Larissa Manhães, o fotógrafo Wellington Cordeiro e contou
com a Mediação da professora Carmen Eugênia Sampaio Gomes. O mestre de
cerimônia Tim Carvalho fez a apresentação: Genilson Paes Soares é pesquisador,
bibliófilo, artista plástico e bacharel em Comunicação Social pela Faculdade de
Filosofia de Campos. Maria Clareth Gonçalves Reis é graduada em
Letras pela Universidade Federal de Viçosa, e em Pedagogia pela Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Montes Claros. É metre em Educação pela
Universidade Federal de Juiz de Fora e doutora em Educação pela Universidade
Federal Fluminense. Atualmente é professora associada da UENF - Darcy Ribeiro;
coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas - NEABI/UENF.
Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Relações Étnico - Raciais e
Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Infantil.
Identidade Negra. Educação Escolar Quilombola. Quilombos e Luta pela Terra.
Educação Inclusiva. Arte e Educação. Larissa Manhães é graduada em História
pela Faculdade de Filosofia de Campos, mestre em Políticas Sociais pela UENF,
Historiadora do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, professora
na rede particular de ensino e pesquisadora e atuante na área de cultura e
patrimônio. Wellington Cordeiro é graduado em Artes Visuais pela UNIFLU;
Coordenador de Comunicação e Cultura da Fundação Benedito Pereira Nunes/Faculdade
de Medicina de Campos - Hospital Escola Álvaro Alvim; Diretor de Cultura da
Associação de Imprensa Campista; Arte Educador com diversas oficinas
ministradas em escolas públicas e particulares e em espaços culturais; Conselheiro
Estadual de Política Cultural do Estado do Rio de Janeiro representando as
Artes Visuais; Conselheiro e vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura
de Campos dos Goytacazes representando o Áudio Visual. Carmen Eugênia Sampaio
é mestre em Planejamento Regional e Gestão de Cidades pela UCAM/RJ;
graduação em História pela FAFIC, pós-graduação na Universidade Candido Mendes
(UCAM). Atualmente é professor titular da PMCG e da rede Estadual de Ensino e
da UNIFLU. Atuou como professora titular da UNIVERSO. Tem experiência na área
de História, atuando principalmente no seguinte tema: metodologia do ensino,
história da educação e cultura e história dos afrodescendentes. Atua como
capacitadora da rede municipal de ensino fundamental, na área de História. A mesa foi aberta pela professora
Larissa, que por trabalhar no Arquivo Público Municipal está próxima de
documentos interessantes tais como, jornais e bilhetes, que apresentados,
comprovam que o ex presidente foi discriminado pela sua descendência negra.
Genilson como pesquisador atento ratificou as palavras de Larissa citando
textos de seus biógrafos. Wellington Cordeiro trouxe para nós detalhe curioso
sobre o famoso sambista Cartola, neto do cozinheiro de Nilo, que teria servido
na casa da irmã da Anita, esposa de Nilo, e que está o teria levado para morar
no Rio de Janeiro com toda a sua família, e lá nasceu Cartola. Encerrando as
falas a professora Clareth esclareceu sobre a politica de branqueamento,
responsável no final do século XIX e início do vinte das nossas bases racistas.
A seguir foi dada a palavra aos presentes que dialogaram com a mesa se seguindo
ao lançamento do livro. Sem mais a tratar, encerro a presente ata que vai
assinada por mim e por quem de direito.
|
Exposição 150 Nilo Peçanha, no Museu Histórico de Campos dos Goytacazes |
|
Curador da Exposição Genilson Soares, Pedro, Viny e Cristina Lima - presidência da FCJOL, Mario Filho representante do IHGCG e da Maçonaria e Larissa Manhães representando o IHGCG e Arquivo Público Municipal |
|
Familiares do Nilo Peçanha |
|
Sr. Walcir, parente de Nilo Peçanha |
|
Vilmar Rangel - ACL junto a uma das pranchas da Exposição |
|
Mesa de Debates Negro Nilo? Wellington Cordeiro, Clareth Reis, Genilson Soares, Larissa Manhães e Carmen Sampaio |
|
Plateia atenta |
Comentários
Postar um comentário