Artigo publicado no Boletim


As turmas do curso de Letras da UNIFLU do 1º Semestre de 2018, a partir das disciplinas de Literatura e Cultura Regional I e II produziram textos e releituras baseados na linguagem da Baixada Campista.  (6º período) e sobre o rio Paraíba do Sul (1º período)
CURSO DE LETRAS                               


1 - O homem, seu filho e o burro
(Inspirado nas fábulas de Isopo)
Sara Barroso Gonçalves (6º Período)

            O homem ia com seu filho leva um burro para vender no mercado.
- Onde ocê  vai, home? Perguntou um curioso.
- Tô inu no mercado do Parque Oróra breganhá esse burro. Respondeu o velho.
- O que ocê tem na cabeça, desavexado? Cadiquê carrega um burro sem nada nas costas enquanto ocê se cansa? Retrucou o  curioso que passou por eles.
            Ouvindo aquilo, o homem montou o seu filho no burro, os três prosseguiram seu caminho.
-Ô muleque cabrunco, sô! Que desavexa deixar seu pai, um velho, ainda di pé inquanto  ocê vai muntado! Disse outro homem com que cruzaram.
            O homem tirou o filho de cima do burro e montou ele mesmo. Passaram duas mulheres e disse para outra:
- Mas que sujeitin desgramado! Vai encimba do burro e o filhinho vai di pé, coitado...
            Ouvindo aquilo, o homem fez o menino montar o burro na frente dele. O   primeiro viajante que apareceu na estrada perguntou ao homem:
- Esse burro é do sinhô?
            O velho respondeu que sim. O homem continuou:
- É que não parece, pelo jeito que o sinhô agi com o bicho. O sinhô tinha que tá carreganu o burro no lugar di fazer o coitadin carrega duas pessoas. Desse jeito vai arregaça o animal.
            Na mesma hora o homem amarrou as pernas do burro em um pau e lá se foram pai e filho aos tropeções carregando o animal para o mercado. Vendo a situação do pai, o filho opinou.
- Quando a gente chegar lá, pai, o pessoal vai pocar de rir de nós. Intão, como o sinhô já tá monado, é melhor separ o burro no Rio, compra uma bicicreta de garupera e volta pela cicrovia. Mas antes, dá uma parada no buteco e compra um chicrete para mim chupá.
            E assim fez o homem enfurecido, jogou o burro no rio, pegou o filho pelo braço e voltou para casa.

MORAL DA HISTÓRIA: Quem quer agradar a todos, no fim não agrada ninguém.
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2- CANÇÃO DO TISGO
Paródia do poema “Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
Lícia Góes e Luiza Manhães (6º Período)

Minha terra tem bunituras
Inclusive o Boi Tatá
Os lamparões que aqui se falam
Outros não conseguem decifrar

Nossas ruas têm mais cabruncos
Nossos bairros mais desgramas
Nossa cidade muitos catiços
Nossos catiços tudo canhanha

Em cismar, de-já-hojinho, sozinha
Penso em nossos guerreiros Goitacá
Minha terra tem muitas lendas

E do Ururau já ouvi falar.

Minha terra tem enxugadores
Que de-já-hoje botei pra secar
Secou bem rapidinho, pois
Minha terra tá calor
Um calor de pocar.

Não permita Deus, que eu morra
Sem que eu rompa pra lá
Sem que eu desfrute dos chuviscos
Que não encontro por cá
Sem que eu possa falar engomador
E ninguém estranhar.
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3 - RIO PARAÍBA DO SUL            
(Josy Carla Santos Cunha – 1º Período)

Durante uma noite quente;
Na frente do meu majestoso rio.
Me pego a pensar.
Quantos lugares anseio desbravar,
Quantos mares navegar.
Quantos países, estados e cidades conhecer.

E por um instante ao levantar o meu olhar,
O qual doce surpresa me fez enxergar

Que, bem ali a meu alcance estava ele lá,
Todo pomposo e belo a me encantar.

E como um encantamento perceber,
Que bem pertinho de mim existe sim um lugar,
Tão lindo e perfeito tanto quanto outro que sonho deslumbrar.
Meu rio Paraíba do Sul que sempre doce
E cheio de vida me prometa assim,
Ficar para sempre lindo a nos emocionar
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4 - DESPRETENSIOSAMENTE, TE PERCEBI...  
 (Átila Gomes dos Santos – 1º Período)

Rio Paraíba, sua beleza é sem par
E os meus olhos não te viam.
Na minha infância te atravessava no veleiro
Tocado pela sua fresca brisa, mas não te percebia.

Visto da Serra do Sapateiro dá para ver
Que por onde passa leva vida.
Lindo é quando iluminado pela luz do luar,
Coisas essas que elevam o meu pensar
Por que levei tanto tempo para te notar?
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5- ETERNAMENTE GRATA A TI
(Jaqueline da Silva Calazans – 1º Período)

Rio Paraíba do Sul, por favor
Não me leves a mal
Quando digo que só te conheço
Pelas manchetes do jornal.

Não fui criada em tuas margens
E nem de tua comida tivera
Mas nasci em um lugar do Rio
Bem distante de tua terra.

E quando aqui cheguei
Depressa me redimi
Contemplei tuas belezas
Num caderno que escrevi.

E a olhar –te bem de perto
Perguntei a ti então
O que faltava em minha vida
Que a mim não fosse em vão.

Me disseste que oi meu caminho era Letras
Mas direito eu fora ver
E depois de tantas feitas
Na Literatura me vistes nascer...


Coordenação e orientação da Professora
Carmen Eugênia Sampaio Gomes
 
 




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